domingo, 20 de maio de 2012

Professores da UESPI tentam negociação com governador antes de decidirem sobre greve. Assembleia decisiva: dia 23!

Em Amarante, acessibilidade zero: nenhum computador com acesso à internet; laboratório e computadores lacrados.


Os professores da UESPI podem deflagrar greve por tempo indeterminado na próxima quarta-feira (23), em assembleia geral a ser realizada no auditório central do campus Torquato Neto, às 9h..Os ânimos da categoria estão acirrados por conta da intransigência do governo, que até o momento não apresentou respostas ou contraproposta às reivindicações. Os docentes, no entanto, tentam nova negociação, antes de decidirem sobre a greve e estão solicitando encontro diretamente com o governador do Estado, Wilson Martins, para discutir a pauta da campanha salarial e pontos da campanha SOS UESPI.

Desde 19 de março foram enviados vários ofícios ao governo estadual solicitando negociação, que não teve qualquer avanço com a Secretaria de Administração. Na semana passada, a Associação dos Docentes da UESPI (ADCESP) fez nova solicitação de reunião com o governador Wilson Martins. A ADCESP solicitou encontro com o governador para terça-feira (22), ou seja, um dia antes da assembleia que pode deflagrar o movimento grevista. Os docentes da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) e do Instituto Federal do Piauí (IFPI) já estão em greve por melhores salários e melhores condições de trabalho.

Já foram realizadas várias reuniões com professores em Teresina e várias unidades/campi do interior foram visitados nas duas últimas semanas: Campo Maior, Piripiri, Piracuruca, Parnaíba, Picos, Oeiras, Floriano e Amarante. Em todos os locais visitados, muita insatisfação e condições de trabalho revoltantes. Em Picos, a obra do campus do Junco continua parada e as turmas foram espalhadas em escolas estaduais. Em Amarante, por exemplo, não há nenhum computador com acesso à internet, não há laboratórios (o de informática nunca chegou a ser instalado, e os computados estão encaixotados há dois anos), não há reparo nos aparelhos (os três DVDs estão sem funcionar; dois dos três data-show estão quebrados), não há biblioteca, e nenhuma política de assistência estudantil.

O clima de descontentamento da categoria docente é geral. Além dos baixos salários, faltam boas condições de trabalho e a reitoria tenta aumentar a sobrecarga de aulas com novo regulamento de Encargos Docentes que diminui jornada docente para os que compõem a Administração Superior, com cargos comissionados. Ainda é altíssimo o número de professores substitutos, apesar de mais de 200 professores classificados no último concurso para professor efetivo aguardarem nomeação. Em Teresina ou outros campi, a situação afeta ainda os estudantes, que sofrem com a estrutura física deficiente e por falta de políticas de assistência estudantil, como restaurantes universitários, por exemplo.

Quanto à questão salarial, o piso do professor 20h, com Especialização, é de apenas R$ 1.071,00. Ou seja, é menor que o baixo Piso do Magistério estabelecido pelo MEC em R$ 1.451,00 para o professor da rede básica que tem apenas o nível médio. Os docentes da UESPI, assim como toda a categoria em nível nacional, reivindicam o piso de R$ 2.324,00, o que corresponde ao Salário Mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicos (DIEESE). A realidade de salários defasados também afeta os técnico-administrativos.

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