Professora Graça Ciríaco do curso de Quimica, campus Torquato Neto. |
Os professores da UESPI em Assembleia Geral, na última quinta-feira (23/06)
após sessenta e cinco dias de greve, resolveram suspendê-la, mas mantendo o
estado de greve, podendo retomar no segundo período caso o governador Wellington Dias (PT)
não dê cumprimento ao que foi acordado. Ao
contrário do que a imprensa oficial, custeada com nosso dinheiro, para mentir e
divulgar o que o governador quer, NÃO HOUVE ACORDO, É MENTIRA! O que houve foi
que a justiça mancomunada com o governo preferiu tirar a máscara de vez e
atender o pedido do governador Wellington Dias, decretando a ilegalidade da greve,
sob alegação do engodo que é o limite prudencial. Mas sobretudo, “o prejuízo a
que estão expostos os alunos, de comprometerem o semestre”.
“Seria cômico se não fosse trágico”! Desde quando o
governo, os deputados, a justiça e a imprensa estão se lixando para a educação
neste país e neste estado? Desde que seus familiares sejam doutores, sem
necessariamente serem intelectuais, para ascenderem à linha de sucessão no
comando da sociedade, já está de bom tamanho. Filho de trabalhador para esta casta
deve estar fadada a ser serviçal. Só que eles desconhecem e subestimam a
inteligência e a força da classe trabalhadora, que a vida inteira tem sustentado
esta elite parasita e vadia que se locupleta da mais valia de quem realmente
trabalha.
A avaliação que se faz desta
greve, é que foi um movimento vitorioso, no sentido de ter
unificado a maioria dos campi, através de seus
segmentos. Professores, servidores e estudantes encabeçaram lutas e
ocupações (duas vezes no Palácio de
Karnak, uma vez na Assembleia
Legislativa), conseguiram sentar na mesa de negociação com o governador que antes dizia estarmos brincando de fazer
greve e não conversava com grevistas; conseguiu–se avançar em alguns pontos visando a melhoria da UESPI e assistência estudantil, avançou–se também para a
minimização da situação humilhante que vinha sendo submetidos os servidores; divulgamos
e denunciamos o descaso que o
governo trata a UESPI e quem nela estuda e trabalha. Para além dos limites territoriais,
via Twitter. Foi uma luta limpa com pessoas aguerridas e
corajosas que compreendem a força que
temos e sabem que nós, trabalhadores
só conseguiremos ter nossos direitos
respeitados com muita luta e organização.
Temos pela frente e de imediato um outro grande desafio que é a
denegação de cerca de 62 cursos em todo o estado exclusivamente por descaso do
governo do PT. O Ministério Público brevemente deverá determinar a suspensão do
SISU para novas vagas nestes cursos e posteriormente o fechamento. O governador
se quer mandou um proposta na última audiência do Ministério Público, que por isto deixou de
acontecer. O resultado será o encerramento do curso de direito, por exemplo, em
todos os municípios ficando apenas em Teresina e o fechamento de vários campi.
Esta
é apenas um dos aspectos sombrios que está desenhado para a UESPI. Sem
mencionar, na lei 6.772/16, na qual o governador bonzinho já se
antecipou ao PL
257. É preciso que a sociedade saiba, o governador por força da greve
diz ter
tirado a UESPI do corpo da lei, porém, pelo art. 4º, corremos os mesmos
riscos,
além disso, o ofício circular SEADPREV No. 021/ 2016, engessa ainda mais
a instituição e a condena à morte por inanição.
Por fim, a greve foi vitoriosa levando em conta os
ganhos políticos, fomos capazes de desmascarar o executivo, legislativo e judiciário e mostrar para a
sociedade de que lado eles estão e a quem servem. Não tivemos ganhos financeiros, e somos
obrigados a judicializar direitos alimentícios, graças a estes três poderes, coadjuvados por
uma imprensa venal com a parceria e colaboração daqueles professores, servidores, estudantes que nunca aderiram ou resolveram “furar” a
greve. Mas como bem disse Simone de Beavoir “O opressor não seria tão forte se
não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”.