quinta-feira, 28 de abril de 2016

Assembleia unificada define pela continuidade da greve na UESPI

Nesta sexta-feira será realizado um ato público no centro de Teresina com ponto de chegada no Palácio de Karnak

Após 10 dias em greve, docentes, técnicos administrativos e estudantes da Universidade Estadual do Piauí se reuniram nesta quinta-feira (28) em Assembleia Geral Unificada. Com presença de representantes dos campi do interior, o movimento fez uma avaliação da greve na UESPI e encaminhou os próximos passos da mobilização. Na abertura da assembleia houve apresentação da peça "Diálogo dos Bichos", iniciando a atividade com um diálogo lúdico.

Assembleia Unificada deliberou pela solicitação de auxílio de financiamento ao sindicato nacional ANDES; pela discussão da pauta de ajuste salarial na próxima assembleia; pela solicitação de audiência do movimento de greve com a reitoria, para discutir demandas locais do âmbito da administração superior; pela elaboração, junto aos campi do interior, de uma lista de demandas locais, específicas de cada campus; por uma nova provocação de audiência  com o governador; pela articulação de uma 'Marcha pela UESPI' que unifique todos os campi do interior num grande ato em frente ao palácio de Karnak. Além desses pontos, a assembleia aprovou a convocação de uma nova Assembleia Geral Unificada na próxima quinta-feira (dia 05 de abril, às 9h), em frente ao Palácio de Karnak.
Encenação da peça teatral "Diálogo dos Bichos"

Encenação da peça teatral "Diálogo dos Bichos"

Entendendo a greve

No dia 18 de abril, após uma semana em estado de greve, a categoria técnica e docente deflagrou greve geral por tempo indeterminado. A deflagração das categorias foi apoiada pela maioria dos estudantes, que aderiram ao movimento.
Depois de mais de uma semana de mobilização grevista, dezenas de cursos paralisaram. O movimento grevista não se intimidou com o anúncio de corte dos pontos, feito pelo governador Wellington Dias (PT) mesmo sem a judicialização da greve. O setor acadêmico de Parnaíba encerrou as atividades e bibliotecas no interior também deixaram de funcionar. As aulas deixaram o espaço universitário e ocuparam as ruas, a exemplo do campus da UESPI de Oeiras, que promoveu aulas públicas em bairros da cidade e levou a discussão da greve para a Câmara Municipal.


Dentre as pautas apontadas na deflagração da greve está a revogação imediata da Lei 6.772, que enquadra os planos de cargos e mudanças de regime de servidores estaduais. Mesmo com a proposta de retirada (ainda não sancionada pelo governo estadual) da UESPI da Lei de Enquadramento, como assim foi chamada a Lei 6.772, as categorias em greve permanecem reivindicando a revogação da medida que, segundo elas, muito se assemelha ao projeto de lei nacional (PL 257/2016), que prevê congelamento de salários e desligamento voluntário de servidores públicos nos níveis federal, estadual e municipal.


Os técnicos e professores compreendem que o debate sobre esses ataques em forma de lei deve ir além dos espaços acadêmicos. "Penso que esta discussão que estamos fazendo aqui tem de sair além dos muros da UESPI, ir para as ruas, para os bairros. Devemos reforçar ainda mais os riscos que essas medidas representam sobre os direitos da população ao serviço público", sugeriu o professor de Letras Espanhol, Omar Albornoz.

A greve exige ainda a implantação imediata das promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho dos docentes da universidade. Nos últimos meses, mais de 15% dos professores efetivos da UESPI foram atingidos pela não implementação de suas promoções e progressões em seus contracheques, antes mesmo da aprovação da Lei de Enquadramento. O movimento grevista também reivindica a implantação imediata das promoções, progressões e a reformulação do Plano de Cargos e Salários dos técnicos administrativos.


Para os alunos, os problemas relacionados a falta de estrutura e de assistência estudantil são os mais decisivos quando o assunto é o apoio e adesão à greve. As bolsas de alimentação e moradia estão atrasadas e as monitorias remuneradas foram extintas. A falta de laboratórios e de professores efetivos ameaça a validação de cursos e emissão de diplomas em todo o estado. A reforma, criação e ampliação de bibliotecas e restaurantes universitários também são demandas importantes para os campi e estão entre as reivindicações do corpo discente. A greve também exige o pagamento imediato de todas as bolsas atrasadas dos estudantes da UESPI.



Fortalecer a legitimidade nas negociações

A assembleia desta quinta-feira (28) apontou para a consolidação do comando de greve, para fortalecer a validação da negociação das pautas do moviento. Para alguns professores, o diálogo com o governo também deve comtemplar as representações das categorias em greve, incluindo os sindicatos e os membros do comando de greve. "Não é papel da reitoria negociar com o governo. Por mais que o reitor tenha boa vontade, o governador não o vê como aliado da greve, mas como parte do próprio governo. Precisamos garantir a participação de professores, técnicos e alunos em greve nas reuniões de negociação com o governo", alertou a professora Graça Ciríaco, docente do curso de Química.




 Encaminhamentos gerais

- Solicitação de auxílio de financiamento ao sindicato nacional ANDES;
- Discussão da pauta de ajuste salarial na próxima assembleia;
- Solicitação de audiência do movimento de greve com a Reitoria, para discutir demandas locais do âmbito da administração superior;
- Elaboração, junto aos campi do interior, de uma lista de demandas locais, específicas de cada campus;
- Entrar com nova solicitaçãode audiência com o governador;
- Pela articulação de uma 'Marcha pela UESPI' que unifique todos os campi do interior num grande ato em frente ao palácio de Karnak;
- Convocação de uma nova Assembleia Geral Unificada na próxima quinta-feira (dia 05 de abril, às 9h), em frente ao Palácio de Karnak.


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