quinta-feira, 28 de maio de 2015

Relato sobre a assembleia geral e sobre a negociação de hoje com o governo




A assembleia geral de hoje pela manhã foi iniciada por volta das 9h30, com informes sobre as mobilizações da Adcesp por locais de trabalho (já visitamos Parnaíba, Oeiras, Picos, Floriano, e em Teresina houve trabalho de mobilização nos campi Torquato Neto e Clóvis Moura, e na Facime), sobre a necessidade de se ampliar o trabalho de visita a outros campi (retornando a Parnaíba e outros anteriormente visitados). Alguns pontos debatidos foram:

PARALISAÇÃO NESTA SEXTA-FEIRA:

Ratificou-se como de fundamental importância a paralisação por 24 horas, nesta sexta-feira (29 de maio), como advertência ao governo do Estado por conta do descumprimento da nossa Lei de reajuste (aprovada ainda em 2013), e em adesão à luta nacional convocada pela Central Sindical e Popular – CSP Conlutas e outras organizações, em defesa de direitos, contra o projeto de lei das terceirizações, e contra as Medidas Provisórias do governo Dilma/PT (Mps 664 e 665 que atacam o seguro desemprego, PIS, pensão por morte). Haverá concentração docente às 7h30 da manhã no Campus Torquato Neto, mobilização no Clóvis Moura, e visita à Facime, de onde se sairá em mobilização, passando pelo IFPI e em seguida para a praça da Liberdade, às 10h, unificando ato da CSP Conlutas e CUT.

INDICATIVO DE GREVE:

Um dos pontos da assembleia geral desta quinta era a deflagração do movimento grevista, mas diante da informação de que haveria nova reunião com o secretário de administração às 11h30 da manhã, a categoria decidiu pela convocação de nova assembleia geral no dia 2 de junho (terça, às 9h, no campus Torquato Neto), quando teremos mais informações para tomarmos a melhor decisão. Ressaltou-se que é preciso aumentar a mobilização e tomar o exemplo de organização do campus de Picos, onde o grau de mobilização de toda a categoria universitária é muito bom.

ENCARGOS DOCENTES: 

Foi aprovada uma comissão (Lina, Lucineide, Ana Bezerra e Omar) para participar de reunião de negociação com reitor, onde vamos reivindicar revogação da resolução que aumenta a precarização do trabalho docente.

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA SEGUNDA-FEIRA:

Segunda-feira, 1º de junho, às 9h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, haverá audiência pública sobre a UESPI. O requerimento de audiência foi apresentado pelo dep. Evaldo Gomes, presidente da Comissão de Educação da Assembleia, a pedido da Associação dos Docentes da UESPI (Adcesp). Foi unânime, entre os presentes na assembleia geral docente, que deve ser feita uma boa mobilização nos campi, para que a dura realidade da Uespi seja exposta, e para cobrar do governo e Assembleia Legislativa encaminhamentos que realmente venham a atender as demandas da comunidade universitária (mais verbas e autonomia financeira, política decente de assistência estudantil, concurso público imediato para efetivação do quadro funcional da Uespi como um todo, melhoria das estruturas, laboratórios, bibliotecas etc). As pessoas de fora de Teresina interessadas em participar da Audiência Pública devem procurar a Adcesp (86 3213-2300) para solicitar ajuda de custo (passagem de ida e volta e alimentação), se necessário.

REUNIÃO COM O GOVERNO

(Enfatizamos que esse é um relato preliminar, ou seja: pode sofrer correções, tendo em vista que o autor do relatório pode ter se esquecido ou se equivocado em alguns pontos).


A reunião com o secretário estadual de Administração, Franzé Silva, inicialmente marcada para às 11h30, começou por volta das 13h10. Inicialmente, a comissão de docentes informou que a proposta inicial do governo (de parcelamento do reajuste previsto em lei para maio) foi rejeitada por unanimidade na assembleia geral de hoje pela manhã, por considerar um grave ataque a um direito conquistado com muita luta. Falamos ainda que temos outras pautas (as que elencamos no tópico anterior sobre a “Audiência Pública”) e queríamos encaminhamentos práticos para o atendimento integral de nossas reivindicações. O secretário pediu a palavra para anunciar uma outra proposta sobre parcelamento (sobre a qual nos ateremos mais adiante). Depois que ele apresentou verbalmente a nova proposta de parcelamento, a comissão de representantes da Adcesp passou a questionar os argumentos do secretário e também a proposta colocada em mesa. Levantamos todas as contradições no discurso do governo sobre “crise financeira” e sobre limite de gastos com pessoal (LRF). Denunciamos que o governo diz não ter dinheiro para garantir o reajuste aprovado em lei desde 2013, mas ao mesmo tempo toma medida que aumentam gastos do estado: convocação de 9 suplentes de deputados, aumento do próprio salário; criação de secretarias, dispensa de licitação de R$ 3,9 milhões para gastos com propaganda, altíssimo gasto com mordomias da casa do governador, altos salários dos secretários, reajustes recentes dos salários dos desembargadores, aumento dos salários de procuradores e outras carreiras (a partir de Emenda Constitucional aprovada na Assembleia Legislativa, com o apoio de parlamentares do PT, base de apoio ao governo e oposição), nomeações de milhares de cargos comissionados... Denunciamos as renúncias fiscais do Estado (dispensa de cobrança de impostos) junto às grandes empresas (a exemplo da Itaipava, uma das maiores financiadoras de campanha eleitoral do governador), e a ilegalidade que é o pagamento da dívida pública junto aos banqueiros (defendemos que deve-se parar de pagar a dívida, ao mesmo tempo em que se faz uma auditoria nela, para investir os recursos na melhoria dos serviços públicos). Dissemos que o Estado está bem abaixo do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e que mesmo que um dia chegue a atingir o limite, isso não deve servir de argumento para desrespeitar as leis que garantem o reajuste e concursos públicos de professores (Lei Complementar 124/2009), por exemplo. Enfim, questionamos politicamente a LRF que só serve mesmo para precarizar os serviços públicos, e fazer caixa para o governo gastar com terceirizações, grandes obras (favorecendo empreiteiras, e agronegócio), banqueiros (dívida pública), e não impede o governo de aumentar endividamento (recentemente, fez pediu mais empréstimo para favorecer grandes obras em atendimento ao agronegócio).

A NOVA PROPOSTA

Infelizmente, a nova proposta do governo insiste em desrespeitar o direito ao reajuste da categoria docente aprovado em Lei, propondo parcelamento, com pequenas alterações com relação a proposta anterior.

A proposta apresentada anteriormente (ofício Sead 871/15) consistia em:

- Reajuste referente ao mês de maio de 2015 será pago em duas parcelas, sendo 50% em maio de 2015 e 50% em fevereiro de 2016, sendo que na segunda parcela será pago o retroativo da diferença salarial correspondente ao período de maio até a implementação do reajuste.

A nova proposta apresentada hoje pelo governo é:

1) Fica acertado pagamento de 50% no mês de maio de 2015;
2) Pagar os outros 50% no mês de janeiro de 2016,
3) Pagamento em junho de 2015 da diferença de novembro de 2014;
4) Pagamento da última parcela do reajuste referente a novembro/2015 será paga integralmente em fevereiro de/2016;
5) Pagamento das diferenças de maio e novembro será pago integralmente em fevereiro de 2016.

Notemos que o governo já demonstra a intenção de continuar descumprindo a lei de nosso reajuste (aprovado em 2013) também no que se refere à sexta e última parcela de novembro/2015, empurrando para 2016 (quando deveremos apresentar nossa pauta de reposição salarial da inflação desde 2013, e outros pontos). O secretário também não falou sobre os outros pontos de pauta (mas disse que vai participar da audiência pública do dia 1º de junho sobre os problemas da Uespi).



HORA É DE AUMENTAR A MOBILIZAÇÃO

Para o momento, estas são as informações iniciais a respeito da assembleia e da negociação com o governo. Posteriormente, faremos novas considerações a respeito do que discutido (com a contribuição de outras pessoas que participaram das duas reuniões). Nossa preocupação inicial, com este relato, foi dar conhecimento ao que foi apresentado pelo governo, para que pensemos nos próximos dias sobre nossa mobilização e sobre o posicionamento que teremos que aprovar na assembleia geral do dia 2 de junho (sobre avaliação da nova proposta do governo e sobre deflagração ou não de greve).

A hora é de aumentar a mobilização, paralisando as atividades neste dia 29 de maio, participando ativamente da Audiência Pública no dia 1° de junho, e da assembleia geral do dia 2 de junho, buscando a unidade de toda a comunidade universitária.

Todos à luta em defesa de nossos direitos e em defesa da UESPI!

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