A Audiência foi
motivada a partir de uma provocação da ADCESP, que se coloca a frente da luta
em defesa da nomeação imediata dos aprovados e classificados no concurso
O Ministério Público
do Piauí, através do Promotor Fernando Santos, convocou toda a comunidade
acadêmica da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e representantes da
administração pública e órgãos fiscalizadores para uma audiência, realizada na
manhã de hoje, onde foi debatido e apresentado a atual situação da UESPI, no
que diz respeito a falta de professores efetivos, mas também das condições
estruturais e de funcionamento da universidade.
Hoje, a falta de
professores efetivos inviabiliza o início das aulas em 590 disciplinas, nos
campi da capital e do interior. Atualmente, 12 cursos estão denegados e outros
51 estão com documentação prestes a vencer. Mais de 40% dos cursos de graduação
da UESPI não possuem a quantidade mínima de professores efetivos, exigida pelo
Ministério da Educação.
Para justificar a
demora na nomeação, o Governo do Estado vem alegado uma série de dificuldades
orçamentárias e impedimentos legais por conta do período eleitoral e da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Entretanto, a audiência contou com a participação de um
técnico do Tribunal de Contas do Estado/TCE, que afirmou categoricamente que o
Governo não está impedido de contratar os professores aprovados e classificados
no Concurso.
Então, está mais que
comprovado que o falta vontade política. É cenário de completo descaso e falta
de respeito com a maior instituição de ensino superior do estado. Estudantes de
diversos cursos participaram da audiência e relataram a situação de
precariedade dos seus cursos.
“No meu campus, em
Floriano, a quadra só pode ser usada depois das 22 horas, porque foi construída
colada nas salas de aulas. O ar-condicionado que tem nas salas foi uma doação
da Vara do Trabalho de Floriano, assim como os aparelhos de Datashow. Não há problema
em doação, mas isso deveria ser uma questão da UESPI resolver”, afirma o
estudante Max, do curso de Direito.
Também estiveram
presentes na audiência o Defensor Público Igo Sampaio e a promotora de Justiça
Dra. Gianny Vieira. Ambos se colocaram a disposição para acompanhar as
tentativas de negociação com o Governo, no tocante à contratação dos aprovados
e classificados no concurso da UESPI. “Vamos buscar o diálogo, mas é preciso
trazer a sociedade para debate. Só vamos conseguir uma mudança se trazermos a
sociedade pra nós”, afirmou a promotora.
ENCAMINHAMENTOS
Ao final do debate, o
Ministério Público encaminhou a realização de uma nova audiência,
especificamente entre MP/PI e Governo do Estado, no sentido de cobrar solução
para duas demandas: nomeação imediata dos aprovados e classificados no concurso
da UESPI e realização de um novo concurso até o final deste ano, a fim de
suprir a carência real de vagas na instituição. “Esse é um passo, mas caso o
governo se negue a seguir essas recomendações, o Ministério Público vai tomar
outras medidas jurídicas. Em última instância, seremos obrigados a pedir o
fechamento de cursos por falta de condições de funcionamento”, afirma o Dr.
Fernando Santos.
NÃO HÁ IMPEDIMENTO
LEGAL
Na audiência também
esteve presente um técnico do Tribunal de Contas do Estado/TCE, que afirmou
categoricamente que o Governo não está impedido de contratar os professores
aprovados e classificados no Concurso.
MAIS UMA AUSÊNCIA DO
GOVERNO. DESCASO
O Governador
Wellington Dias/PT, mesmo com notificação prévia, não enviou nenhum
representante do Governo do Estado para a Audiência Pública realizada hoje,
24/08, da mesma forma que vem se negando a dialogar sobre a realidade da UESPI
desde 2016, quando iniciou-se as discursões em torno da realização desse
concurso público.
MOBILIZAÇÃO CONTINUA
A ausência do Governo
na audiência é um sinal de que não há nenhum interesse em resolver
concretamente os problemas da Universidade. Por isso, a ADCESP entende que a
Mobilização deve permanecer até que haja algo mais concreto sobre a nomeação.
“Até agora só existe um edital, mas não temos nenhuma garantia de que esses
professores serão nomeados. Sem contar que esse edital já estava previsto do
Edital Geral do concurso e visa apenas organizar o processo de lotação dos
concursados. Entretanto, o Governo sequer convocou os aprovados e
classificados, ou seja, esse ato da UESPI deveria ser posterior à convocação
por parte do governo do estado”, afirma Rosângela Assunção, coordenadora geral
da ADCESP.
ASSEMBLEIA GERAL
Na próxima
quinta-feira, 30/08, haverá uma nova Assembleia Geral da categoria para avaliar
o Estado de Greve e movimentações que foram feitas até o momento no sentido de
assegurar a nomeação dos novos professores.
FLORIANO
A situação de Floriano
também foi exposta na Audiência. De acordo com o professor Robison Pereira, se
continuar como estar hoje, o campus de Floriano será fechado. Isso porque
nenhum curso do Campus tem cinco professores efetivos, conforme estabelece o
Ministério da Educação. Dois cursos já foram denegados e outros estão com a
documentação prestes a vencer. Com a nomeação dos aprovados e classificados a
situação será aliviada, mas não resolvida por completo, porque ainda faltarão
vagas a serem preenchidas.
SÃO RAIMUNDO
Outro Campus em
situação delicada é o de São Raimundo Nonato. A Prof. Marla trouxe para a
audiência um relato assustador. Só esse semestre, 32 disciplinas estão
descobertas por falta de professores, 15 delas só no curso de geografia e ainda
não houve aprovados suficientes para suprir essa carência. O Campus inteiro tem apenas 5 professores
efetivos, para os 4 cursos de licenciatura que são ofertados por lá. Sendo que desses cinco, mas da metade estão
em funções administrativas, o que reduz carga-horaria e torna a situação ainda
mais delicada.
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