Organizado
pelo centro acadêmico de ciências sociais da UESPI, na tarde de ontem, o debate trouxe para a Universidade Estadual do Piauí uma reflexão a cerca do Projeto de Lei, de autoria do vereador
Thiago Vasconcelos (PSB), que propõe implantar, no âmbito do sistema municipal
de ensino, o programa escola sem partido. Em suma, esse projeto visa proibir
qualquer manifestação política, ideológica ou religiosa dos professores dentro
das salas de aula.
Para
o debate foram convidados, além do vereador Thiago Vasconcelos, o Profº.
Radamés (representante da ADCESP), a Prof. Letícia Campos (Presidente do
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina), o Prof. Dutra
(representante da Reitoria da UESPI) e a professora Margarete (diretor do
CCHL/UESPI).
Justificando
o projeto, o vereador Thiago Vasconcelos, explicou que pretende incentivar o
pluralismo dentro das escolas e evitar que as ideologias dos professores
influenciem na formação dos estudantes. Segundo ele, o programa iria abranger
estudantes até 15 anos, idade em que eles ainda não possuem criticidade
suficiente para contrapor às ideias dos professores.
Por
outro lado, quem participou dos debater não foi convencido pelo vereador. A
maioria dos debatedores e participantes se colocaram contrário ao projeto, uma
vez que ele vai de encontro a um direito básico e constitucional, que é a
liberdade de expressão e manifestação. O Professor Radamés, representante da
ADCESP, destacou que o projeto, além de ferir a constituição, também vai de
encontro a tudo que já foi construído e debatido em torno da educação.
“Dentro
na escola e em qualquer outro espaço da sociedade, não há como ter
neutralidade, não como viver sem tomar posição por alguma coisa e fechar os
olhos para o mundo. Eu engrosso o coro daqueles que pedem que esse projeto seja
retirado de discussão e acho estamos avançando para um ambiente escolar cada
vez mais interdisciplinar, onde o professor de geografia também fala de futebol
e o professor de matemática também possa falar de política, de religião, etc.
Esse projeto é um retrocesso para a educação”, afirma.
Letícia
Campos, presidente do SINDSERM, também firmou posição contrária ao projeto. Em
fala, durante o debate, Letícia explica que a escola deve ser, antes de tudo,
um ambiente plural, livre e que esse projeto fere os princípios básicos da
liberdade de expressão dos professores.
"Primeiro
é preciso colocar o momento político em que vivemos, com uma crise econômica
mundial e uma série de políticas restritivas, que visam jogar nas costas dos
trabalhadores o preço dessa crise. Não somos nós os responsáveis pela crise,
portanto, não cabe a nós pagar por ela. Esse projeto do Vereador Thiago
Vasconcelos é mais uma política restritiva de direitos, que quer vai cercear a
liberdade de expressão e, consequentemente, a luta por direitos", afirma
Letícia Campos.
Os demais componentes da mesa, a exceção do vereador Thiago Vasconcelos, também se colocaram contrários ao projeto, por entender que ele limita a liberdade de expressão dos professores e o desenvolvimento de ideias plurais no ambiente escolar.
Os demais componentes da mesa, a exceção do vereador Thiago Vasconcelos, também se colocaram contrários ao projeto, por entender que ele limita a liberdade de expressão dos professores e o desenvolvimento de ideias plurais no ambiente escolar.
Esse
mesmo projeto voltará a ser debatido na UESPI, no dia 13 de outubro, no
auditório do GERATEC, durante o Seminário sobre Carreira e Encargos Docentes,
organizado pela ADCESP. Aguardamos a presença de todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário