Governo atrasa pagamento de salários, ameaça não pagar reajuste aprovado em Lei e faz vista grossa com problemas da UESPI
Os servidores estaduais do Piauí estão sendo penalizados com o atraso do pagamento de salários do funcionalismo (que deveria ser feito até o 5° dia útil do mês seguinte ao trabalhado). Agora, em alguns casos, os servidores têm que esperar até a metade do mês para receber salários, ocasionando atraso no pagamento de cartões de crédito, empréstimos consignados, mensalidades escolares, contas de água, luz, telefone dentre outros. Com isso, muitos servidores passaram a condição de inadimplentes, sendo penalizados com a cobrança de multas e juros por atraso de pagamento com obrigações. Como se não bastasse atrasar oficialmente os salários do funcionalismo, o governo Wellington Dias (PT) diz não ter garantia para pagamento de parcela do reajustes dos servidores estaduais em maio, como já estão aprovados em leis para diversas categorias, dentre elas a de professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), policiais civis e militares.
No caso da Uespi, onde há o atraso de vários meses no pagamento de bolsas para estudantes, e até as contas de telefones estão cortadas por falta de pagamento das contas, o início do período letivo de 2015.1 (previsto para 09/02) será feito com a oferta de disciplinas sem professores, em diversos cursos. E de acordo com o relato do reitor da Instituição, Nouga Cardoso, o governo disse que só autorizará novo concurso para professor efetivo daqui a dois anos. Ou seja, Wellington Dias está desrespeitando a Lei que ele mesmo sancionou em 2009 (Lei Complementar 124/2009), onde estabeleceu um prazo de quatro anos para que todo o quadro docente da UESPI fosse composto de professores efetivos.
Em vez de regularizar a situação irregular (cerca de 45% dos professores da UESPI são temporários), o governador faz vista grossa e quer impor mais precarização do trabalho docente, com a contratação de professores substitutos que recebem salários de pouco mais de mil reais, segundo edital de seleção publicado recentemente. A situação de penúria salarial também se estende aos servidores técnico-administrativos, que recebem um dos piores salários do funcionalismo estadual. Já os trabalhadores terceirizados estão há quatro meses sem receber o tíquete-alimentação da empresa contratada (Limpel), que também atrasa o pagamento de direitos como férias. Por conta desta situação lamentável, os terceirizados da Limpel aderiram à greve da categoria (que também envolve funcionários da Servisan).
É para fortalecer a luta em defesa dos direitos dos servidores e dos serviços públicos que está sendo convocado um ato público unificado, na próxima terça-feira (10 de março), às 9h, em frente ao Palácio de Karnak, com a presença de várias categorias do funcionalismo. O ato é chamado pelo Fórum Estadual em Defesa dos Serviços Públicos e dos Servidores, ao qual a Associação dos Docentes da UESPI faz parte.
Diante das dificuldades vivenciadas hoje na Universidade, o movimento SOS UESPI está se incorporando ao ato convocado pelo Fórum, para exigir do governo não só o cumprimento dos reajustes salariais e pagamento das bolsas de estudantes em atraso, mas também aumento de verbas e autonomia financeira para a Instituição, política decente de assistência estudantil e melhorias estruturais para os diversos campi e cursos. Queremos ainda a realização imediata de concursos para contratação de professores efetivos, conforme manda a Lei, e também de servidores técnico-administrativos efetivos.
Por isso, é hora de retomar as mobilizações do SOS UESPI, em defesa de nossos direitos e da Universidade!
SOLIDARIEDADE À GREVE DOS TERCEIRIZADOS DA LIMPEL E SERVISAN
A ADCESP vem a público manifestar total solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da Limpel e Servisan, em greve.
Na manhã desta terça-feira (03), representantes do movimento grevista tiveram audiência com a vice-reitora Bárbara Melo, comunicando sobre a adesão dos terceirizados da Limpel na Uespi ao movimento.
Representantes do comando de greve, do Sindicato dos Trabalhadores de Asseio e Conservação, da CSP Conlutas e da ADCESP cobraram da reitoria da Uespi que notifiquem o governo do Estado e a Limpel sobre o movimento, para que paguem o que devem aos trabalhadores.
Diante da denúncia de abusos cometidos contra os trabalhadores por parte de chefes de setores da UESPI, a professora Bárbara afirmou que compreende os motivos do movimento e que não permitirá a prática de pressão e assédio moral aos trabalhadores que aderirem à greve. Esperamos que, de fato, este compromisso seja obedecido por todos os setores da UESPI.
A Limpel deve cinco meses de tíquete alimentação e pagamento de férias. Na Servisan, os trabalhadores chegam a sofrer atraso de salários por quatro meses, além do atraso no pagamento dos tíquetes, férias e FGTS.
Todo apoio ao trabalhadores terceirizados em luta!
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