quarta-feira, 18 de março de 2015

Docentes da UESPI aprovam participação no Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação



Em assembleia geral docente realizada hoje, os professores da UESPI aprovaram participação no Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação, que acontece no dia 26 de março. No Piauí, haverá ato no dia 26/03, às 9h, em frente ao Palácio de Karnak, em conjunto com entidades que compõem o Fórum Estadual em Defesa dos Serviços Públicos. O Fórum reivindica, dentre outros pontos, o cumprimento das leis que garantem reajustes salariais para diversas categorias (dentre elas a de professores da UESPI, que têm parcela de maio de 2015 a ser implantada).

Até o momento, o governo afirma não ter dinheiro para efetivar os reajustes do funcionalismo já aprovados em Leis. Mas na Assembléia Legislativa está em tramitação um projeto de lei que visa a aumentar o salário do governador de R$ 16 mil para R$ 25 mil, resultando em efeito cascata (aumento para outras categorias como procuradores, coronéis, secretários de governo...). E em vez de arrecadar impostos junto às grandes empresas para investir nos serviços públicos e no funcionalismo, o governo está dando 15 anos de isenção fiscal a companhias como a Itaipava, a mesma que foi uma das maiores doadoras de campanha para o então candidato a governador Wellington Dias (PT). Além disso, o pagamento de juros aos banqueiros (da questionável dívida pública) continua sendo feita rigorosamente em dia. Ou seja: a desculpa de que não há dinheiro não é verdadeira.

A ameaça de não pagamento dos reajustes é apenas um dos motivos para que os docentes se mobilizem. Na verdade, tanto docentes, como técnicos e estudantes da UESPI têm motivos de sobra para ir às ruas. A situação de vários cursos é de penúria. As bolsas de trabalho dos estudantes estão atrasadas, não há restaurantes universitários (o direito a alimentação é restrito a um pequeno grupo que tem acesso à “Cozinha Comunitária” do campus Torquato Neto). Há ameaça real de fechamento de cursos e campi da UESPI. E os técnico-administrativos continuam sofrendo com os piores salários entre os servidores públicos estaduais.

Por estes e outros motivos, compreendemos que a comunidade universitária uespiana precisa se envolver nesta mobilização do dia 26 para exigir do governo melhorias emergenciais para a UESPI. Na assembléia geral, também foi aprovado o pedido de audiência com o governador Wellington Dias para tratar sobre os principais problemas da UESPI (orçamento, necessidade de contratação de docentes efetivos, assistência estudantil, melhorias emergenciais para cursos, reajuste dos docentes e técnicos). Aprovou-se ainda um novo pedido para que a reitoria abra um debate envolvendo toda a comunidade uespiana sobre o “tamanho da UESPI” e as ameaças de fechamento de campi e cursos. 

Uma plenária está convocada para o dia 20 de março (sexta), às 18h, no Sindserm, para preparar o ato do dia 26 de março.

Docentes discutiram conjuntura política nacional

A assembléia geral foi iniciada com um rico debate sobre a conjuntura política nacional. Discutiu-se sobre a política econômica do governo Dilma (PT) que ataca direitos dos trabalhadores e está envolvido em uma série de escândalos de corrupção. As medidas anunciadas pelo governo estadual de Wellington Dias (reforma administrativa que visa à extinção de órgãos e empresas públicas como a Agespisa; ameaça de não pagamento de reajustes salariais previstos em lei; negativa de realização de concursos para técnicos e professores efetivos na UESPI; diminuição do “tamanho da UESPI”, falta de política de assistência estudantil etc) também foram analisadas.

Em geral, as opiniões dos professores e professoras que participaram deste debate de conjuntura confluem no sentido da necessidade de melhor organização da comunidade uespiana, em conjunto com os movimentos sociais, para defendermos a Educação Pública, direitos sociais e lutarmos contra as reformas (ajustes fiscais) que atacam a classe trabalhadora em níveis nacional e estadual.

Avaliou-se que o grau de desgaste político do governo Dilma – que enfrentou uma série de manifestações nos últimos dias – tem ligação direta com a crise econômica que está sendo empurrada para a classe trabalhadora. Tendo em vista o caráter reacionário das manifestações do dia 15 de março, falou-se da necessidade dos movimentos sociais organizados buscarem fortalecer a luta unitária para que as pautas da classe trabalhadora entrem em cena, questionando tanto o governo Dilma como a oposição de direita (que também defende o ajuste fiscal que ataca os serviços públicos e direitos trabalhistas e previdenciários).

MANIFESTAÇÃO -  Na assembléia geral, durante o debate sobre conjuntura, um grupo de estudantes da UESPI solicitou apoio da categoria docente para que o direito à alimentação estudantil seja estendido a toda a comunidade uespiana. Atualmente, um número bastante reduzido de estudantes recebe auxílio-alimentação na “Cozinha Comunitária” do campus Torquato Neto. A maioria dos estudantes de baixa renda da UESPI não tem este benefício.
Ao final da Assembléia Geral, um grupo de docentes acompanhou protesto dos estudantes na “Cozinha Comunitária”, manifestou apoio à luta estudantil e convocou a todos(as) a se fazerem presentes no ato do dia 26 em Defesa da Educação Pública, onde uma das pautas é assistência estudantil. Também foi enfatizada a importância de fortalecer o movimento SOS UESPI, em defesa da Universidade e dos direitos dos estudantes, servidores e professores.

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Nota da CSP Conlutas sobre as manifestações contra o governo Dilma


Este domingo (15) foi marcado por protestos massivos nas capitais de todos os estados do Brasil. A grande imprensa inflou números, mas mesmo assim pelo menos 1 milhão de pessoas foram às ruas em todo o país.   A maior presença foi registrada no ato realizado em São Paulo, que contou com a participação de 1 milhão de pessoas, de acordo com a PM, número contestado pelo instituto de pesquisa Datafolha que informou ter 210 mil pessoas. De qualquer maneira a multidão tomou a avenida de ponta a ponta.   

O tom dos atos de domingo, em sua maioria, foi contra a corrupção e o PT. As bandeiras pelo “Fora Dilma”, “Contra a corrupção” constituíram o perfil das manifestações nas diversas capitais. Ainda em proporção menor havia os que bradavam pela intervenção militar.   As manifestações de domingo tiveram por trás de sua organização pelo menos três grupos, conforme reportagem do El País: identificados com o mundo empresarial e financeiro, a cúpula do movimento Vem pra Rua é considerado o mais moderado dos três, não chegam a pedir o impeachment da presidente, mas contaram com celebridades para convocar as manifestações, entre elas, o ex-jogador Ronaldo, a cantora Wanessa Camargo e atores e atrizes globais. 
Esse grupo é formado por apoiadores do PSDB.   O Movimento Brasil Livre (MBL), que se consolida como um dos principais impulsores dos protestos anti-Dilma desde o ano passado, é composto por jovens liberais e conservadores, que defendem a privatização de serviços básicos como a educação e a saúde e a diminuição do peso do Estado na sociedade.   E, por fim, o terceiro grupo, Revoltados On Line, conta com a coordenação de cerca de 20 pessoas e foi formado pelas redes sociais. Eles se dizem contrários à corrupção e pedem o impeachment da presidente e em suas convocações dizem querer “banir o petismo e o bolivarianismo no país”. Esse é o grupo que vendeu os kits anti-Dilma, com uma camiseta polo preta com a frase “Deus, Família e Liberdade”.   

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/13/politica/1426285527_427203.html   

A mídia tradicional também foi reforço importante na convocação dos atos do dia 15, com reportagens especiais, entrevistas e até chamadas durante a cobertura, uma verdadeira convocação.   Ou seja, não dá para afirmar que foi um ato simplesmente espontâneo, convocado nas redes sociais. Houve direção para tal e das mais conservadoras.   Apesar dos convocantes e do perfil das manifestações, isto também não quer dizer que apenas um setor conservador foi para as ruas neste domingo. 

“Há um descontentamento geral com o governo Dilma. Tanto é assim que os protestos de sexta-feira (13) pró-governo, além de pedir a reforma política, tiveram que conter reivindicações que se enfrentam com a política econômica e de ajustes do governo como forma de dilaogar com o descontentamento da classe trabalhadora”, ressalta o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Sebastião Carlos, o Cacau.   Segundo o dirgente, as mobilizações que ocorreram em 6 de março, convocadas pela CSP-Conlutas, também mostram que há um descontentamento na classe trabalhadora com esse governo. “Estão insatisfeitos com o aumento das tarifas, a falta de qualidade na educação, na saúde, no transporte público, assim como ficou indignada com as medidas que limitam o seguro-desemprego e benefícios previdenciários, as demissões acontecem em diversos segmentos”, frisa. 

Pronunciamento – Após os atos, no final da tarde, o ministro Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, falaram à imprensa. Ambos anunciaram medidas já apresentadas como o pacote anticorrupção e a reforma política, cuja última proposta a Central já tem posicionamento contrário e Miguel Rosseto reafirmou ainda a necessidade do reajuste fiscal na política econômica que atacará diretamente os trabalhadores.   

Atos pró-Dilma realizados no dia 13 não convencem   

Os atos convocados na última sexta-feira pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Consulta Popular que foram às ruas defender a reforma política e a Petrobras com o objetivo de proteger o governo vigente, ficaram aquém do que o PT e a CUT imaginavam, justamente por não romper com a pauta governista. “Mesmo o ato de São Paulo, que reuniu um contingente mais expressivo de pessoas, teve como base social a militância dos sindicatos e os ônibus organizados pelas prefeituras do PT”, analisa Cacau.   É hora da classe trabalhadora ditar os rumos da luta.   

Na avaliação do dirigente da CSP-Conlutas, não é só a elite que está descontente com o governo, como afirmam a CUT e outros setores governistas. “Também dentro das fábricas, dos canteiros de obra, nas escolas, repartições públicas, bancos, nos locais de trabalho em geral, a desaprovação e o desapontamento com o governo é muito grande, seja pela situação geral do país, o aumento de preços, o problema da água, pelo pesado ajuste fiscal e retirada de direitos que está ocorrendo”.   De acordo com Cacau, a raiva dos trabalhadores também é grande. “E essa base social que está lutando para reverter demissões nas fábricas e derrotar o ajuste fiscal nos estados, ainda não entrou em luta de maneira organizada e unificada”, destacou.

Por isso, para a CSP-Conlutas continua na ordem do dia a construção de um campo de classe, dos trabalhadores.   A Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas vai se reunir na quinta-feira (19) e aprovar as orientações da entidade para esse tema.   Já na sexta-feira (20) tem a reunião do Espaço de Unidade de Ação, em São Paulo. Essa reunião ganha mais importância ainda, com o desenrolar do quadro político em nosso país.   A reunião vai acontecer às 10 horas, no Sindicato dos Metroviários. A presença do movimento sindical, popular e estudantil combativo, além das organizações da esquerda socialista é muito importante. 


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