“Esse foi mais um movimento histórico, que levou para as ruas de Teresina a situação precária e de abandono porque passa a universidade. Centenas de estudantes e professores unidos em um só grito: a UESPI se nega a morrer”, afirma o professor Antônio Dias, coordenador de comunicação da ADCESP.
Apoio e solidariedade
A Marcha contou com apoio e solidariedade do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Sindicato dos Servidores Municipais, Sindicato dos Docentes do IFPI, Sindicato dos Docentes da UFPI e do ANDES-SN. O líder do MTST e ex. candidato à presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, em visita a Teresina, também prestou solidariedade ao movimento.
"Nós temos que lutar pelos nossos direitos, e o direito a educação é uma das maiores lutas que nós temos. Defender a universidade pública e gratuita, investimento em educação, em todos os níveis, federal e estadual, defender a autonomia universitária, a valorização dos professores, defender políticas de assistência estudantil", disse Boulos.
Intervenções
Os representantes de Campo Maior levaram malas e sacos de dinheiros representando os milhões desviados da educação; São Raimundo Nonato deixou pintado no asfalto o grito que ecoou durante toda a caminha: a UESPI se nega a morrer; os estudantes do DCE trouxeram uma peça teatral encenando o descaso com os estado, a reitoria e o poder legislativo tratam a UESPI. Por fim, cruzes simbolizando a morte de diversos direitos foram deixados na porta do Palácio de Kanak.
Negociação
A pressão deu resultado. O secretário de governo, Osmar Júnior, recebeu uma comissão formada por 4 professores e 4 estudantes para apresentar um documento formal com a proposta do governo. Na reunião, os docentes e discentes apresentaram os pontos que ficaram sem respostas após a reunião de negociação com o Governador Wellington Dias, na semana passada.
Após a reunião, ficou acertado um novo encontro, a ser realizado hoje, 11/04, para os professores e estudantes possam apresentar sua avaliação sobre a proposta do Governo. Além disso, na próxima sexta-feira, 12/04, está marcada uma audiência de conciliação entre o movimento paredista e o governo do estado.
Proposta do Governo
1. Implementar as progressões e promoções dos docentes devidas desde outubro de 2018, conforme tabela apresentada pela reitoria, posto que essa despesa já estava prevista no orçamento daquele ano;
2. Viabilizar as implementações das promoções e progressões previstas para os meses de maio e outubro deste ano, tão logo o Estado alcance equilíbrio fiscal, e saia dos limites legais estabelecidos pela LRF;
3. Viabilizar, juntamente com o corpo dirigente da Uespi, a contratação de professores substitutos para o preenchimento das vagas existentes, de modo a garantir o funcionamento das disciplinas dos cursos ofertados pela Uespi;
4. Regularizar o pagamento das bolsas estudantis e o lançamento de edital com novas bolsas;
5. Garantir a criação da comissão para discutir as condições legais para implantação da autonomia financeira e administrativa da Uespi, com a participação do Governo do Estado, do Direção da Uespi, e da comunidade universitária (professores, estudantes e técnicos-administrativos);
6. Tratar, juntamente com o corpo dirigente da Uespi, junto às Secretarias de Planejamento e de Fazenda, e governo federal, sobre as liberações de recursos financeiros previstos no orçamento de 2019, para o pleno funcionamento de todas as unidades da instituição e para o atendimento das demandas emergenciais assim que apresentadas pela IES;
7. Garantir a prorrogação por mais um ano, a validade do Edital do último concurso público para professores da Uespi.
Avaliação inicial do Comando de Greve
Após a reunião com o governo do estado, professores da Coordenação Estadual da ADCESP, representantes do Comando de Greve e dos campi do interior se reuniram para avaliar a proposta apresentada pelo governo. De acordo com a professora Rosângela Assunção, o governo avançou em alguns pontos, mas os principais ainda ficaram sem uma resposta convincente.
“O que avaliamos é que a proposta avançou pouco. Houve o compromisso de implementar as promoções, progressões e mudanças de regime do ano passado, mas as desse ano ainda estão condicionadas à LRF. Sobre o concurso para efetivo não houve avanços significativos e o governo não discutiu a reposição salarial como sugerimos”, afirma.
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