Professora fundadora desta IES lotada no curso de Química, do campus Torquato Neto, Teresina-PI. |
Autoria: Profª Maria Das Graças Silva Ciríaco,
Noventa por cento dos problemas da UESPI seriam resolvidos, se existisse uma política de governo voltada para a autonomia da Universidade, mas infelizmente desde sua criação ainda na década de 1980, não surgiu qualquer governo que a visse como prioridades para alavancar um processo de ensino de mais qualidade e uma educação libertadora para a população, sobretudo aos menos favorecidos.
Desde 2011, quando um grupo de professores e estudantes resolveu colocar a Instituição para fora de seus muros e expô-la à sociedade, através da campanha SOS UESPI, alguns avanços foram conquistados, entre os quais, concurso público para professores, alguma melhoria salarial e condição mínimas de se fazer pesquisa em alguns cursos.
Entretanto, a comunidade universitária está a presenciar, dia após dia, o definhamento da instituição por falta de uma política de governo capaz de tomar sob sua responsabilidade o único patrimônio estadual capaz de contribuir de forma efetiva para o crescimento, prosperidade e modernização do Estado.
Entende-se que, o mínimo necessário para o efetivo processo ensino aprendizagem, sejam professores, porém, se chegou ao cúmulo do absurdo, de não se oferecer muitas disciplinas e até paralisar alguns cursos com riscos de fechamento definitivo, por absoluta FALTA DE PROFESSOR! Isto porque o governo (anterior e atual) não só recusou realizar novos concursos, como nomear o restante dos professores classificados, o saldo do semestre passado segundo informações da reitoria, é que cerca de 400 disciplinas deixaram de ser oferecidas nos mais variados curso em todo o Estado.
Diante de mais este crucial problema, os professores e alunos que compõem o coletivo SOS UESPI, juntamente com a ADCESP-Sindicato, além de outros coletivos e diretórios acadêmicos que se organizam dentro da Universidade resolveu programar um ciclo de estudos, palestras e debates, tratando de suas gravíssimas questões, estando na pauta de discussão, no dia 30 de outubro, inicialmente previsto para as 9h AUTONOMIA FINANCEIRA DA UESPI/DIVIDA PÚBLICA/FINANCIAMENTO.
Para tanto, tem-se encontrado uma série de obstáculos, pois, a carência de informações oficiais confiáveis, assim como a falta de transparência no trato com a coisa publica por parte do governo do Estado, e da administração superior até fevereiro deste ano, tem dificultado muito o trabalho, aliado a estes interferentes, conta-se com o total alheamento da maioria dos professores e alunos, que ainda não tiveram a percepção de que se continuar como está, a universidade, enquanto Universidade Estadual do Piauí está com os dias contados. Não se trata de fazer terrorismos, mais é bom que se destaque, enquanto uma peça de ficção chamada de LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS prevê R$180.000.000,00/ano 2014, para a UESPI com manutenção e custeio, onde só aluno é aproximadamente cerca de 20 mil e que segundo a administração superior, até agora foram repassados qualquer coisa em torno da metade deste valor, a Assembleia Legislativa, com trinta deputados, tem um orçamento estimado em 300.000.000,00. A questão é: que serviços prestam à sociedade, a Assembleia e seus deputados? É um fato no mínimo imoral e que deveria contar com o repúdio da população, afinal estes senhores nada mais são que empregados do povo, e em qualquer país minimamente sério o festival de corrupção e malversação do dinheiro público já teria rendido cadeia pra muita gente.
O que se tem que discutir é o futuro da única Instituição de Ensino Superior do Estado do Piauí qualificada e capaz de levar uma instrução de qualidade e educação libertadora para o filho da classe trabalhadora. O que resta aos filhos desta classe será apenas a tão decantada novo-velha educação à distância? Em alguns casos tem sua razão de ser, mais não é este o debate. A questão central é AUTONOMIA ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA DA UESPI,sem a qual é impossível avançar. Não existe autonomia administrativa sem a financeira e, sobretudo, esta é uma corajosa decisão política, o que têm faltado aos governantes democraticamente eleitos neste Estado, até porque, no país inteiro têm sido financiados pelo grande capital e educação não é sua prioridade, a este basta apenas a formação de mão-de-obra barata, pois o que lhe interessa é a mais valia e é ele quem diz o que quer que seja feito, com certeza não é A EDUCAÇÃO LIBERTADORA E DE QUALIDADE.
Neste momento de angústias e incertezas em que presenciamos a passos largos o acelerado desmonte das universidades públicas e nenhuma ação concerta no sentido de pelo menos frear tal processo precisa-se contar com a colaboração da atual administração superior no sentido de pelo menos fornecer alguns dados, tais como: EVOLUÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO LATO E STRICTO SENSU, EVOLUÇÃO DO QUADRO DE SERVIDORES TÉCNICOS E ADMINISTRATIVO, RECURSOS EFETIVOS ORIUNDOS DO TESOURO DO ESTADO DO PIAUÍ, RECURSOS FEDERAIS INCLUSIVE RECURSOS DE CONVÊNIOS, NÚMERO DE ALUNOS EFETIVAMENTE MATRICULADOS EM CURSOS PRESENCIAIS E EAD E CUSTO ALUNO, para que se possa inclusive elaborar uma proposta de trabalhos onde seja possível a governabilidade na UESPI, para que seja levada à discussão com a equipe de transição do governador eleito.
Conclamamos aos professores e professoras dos campi de Teresina e do interior, que tenham disponibilidade e minimamente compromisso com o ensino, pesquisa, extensão e a Universidade, que de fato se preocupam com o ensino e sua qualidade, além de se preocuparem com o futuro de seus empregos, a se fazerem presentes ao debate do dia 30, contribuindo com as discussões e levando sugestões, tendo em vista a uma organização que impeça a inviabilidade total da UESPI a curto prazo, pois é isto o que se desenha.
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