Jornal local píauiense "O Dia", divulgou dados da pesquisa do RUF. |
Mobilizações da Campanha SOS UESPI em frente ao Karnak. (2011) |
A baixa pontuação nos indicadores como qualidade no ensino, internacionalização e inovação, possuem um tronco em comum. Todos eles são decorrentes de um mesmo ponto de partida : a baixa qualificação dos professores da UESPI, principalmente com a carência de professores doutores.
Com a exacerbada quantidade de professores substitutos na instituição, os estudantes ficam cada vez mais distantes da pesquisa e da produção emancipadora do conhecimento (ver vídeo), logo, suas chances na corrida atual pela internacionalização, tão presente nas universidades brasileiras, fica muito mais distante .
É por isso que a Adcesp vem cobrando a imediata nomeação dos restantes 33 professores aprovados no concurso para professores efetivos, realizado há um ano e meio, bem como pedindo a urgente abertura de novo concurso para professores, a fim de que esse quadro se reverta e tenhamos professores capacitados e dispostos a realizar com os estudantes desta IES pesquisa e extensão socialmente referenciadas.
O que temos hoje é uma carência real de 400 professores efetivos na instituição, numa realidade de cerca de 600 professores substitutos, representando por volta de 50% do quadro docente da UESPI.
Como avaliar a qualidade das universidades?
Sabendo dos problemas tocantes à instituição, não podemos deixar de fazer a denúncia frente a divulgação de pesquisas como essas. Contudo, entendemos que avaliações deste tipo e como o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), pouco contribuem para uma intervenção prática no que se é avaliado.
O Enade, por exemplo, é um exame punitivo e incoerente, que corta verba das instituições que possuem pontuações mais baixas. Defendemos uma avaliação de verdade, feita pela comunidade acadêmica e que proponha alternativas reais de superação dos problemas observados.
Repudiamos também a atitude do Reitor da Uespi, que tenta omitir fatos, ludibriar a sociedade teresinense e afronta os jornalistas formados pela Uespi, na tentativa de intimidá-los na divulgação da verdade observada cotidianamente . (Veja no vídeo).
Autonomia Universitária
Com a quantidade de problemas estruturais existentes na instituição , como o sucateamento e falta de laboratórios, carência de professores efetivos e a ineficiência do tripé universitário devido a tudo isso - que impede a aliança do ensino, pesquisa e extensão - avaliamos que o início para a solução de todos esses problemas seja a quebra do vínculo com a conta única do Estado, ou seja, exigimos a autonomia universitária da Universidade Estadual do Piauí.
Isso implicaria na retirada da decisão das mãos do Governo do Estado sobre como o dinheiro que nos é destinando seja gasto, e colocaria essa decisão nas mãos da própria comunidade da UESPI, administração superior, professores, servidores e estudantes. Dessa forma, a própria UESPI decidiria onde e como seriam gastos os recursos que recebe, ou seja, ficando responsável pela administração, programação e execução orçamentária.
E isso não é impossível. Uma das disposições constitucionais de 88 sobra a educação, o princípio da autonomia universitária é realidade nas universidades estaduais paulistas, na Estadual da Paraíba e está em processo de implantação nas estaduais do Paraná.
Entretanto, só com mais verbas é que poderíamos usufruir de mais recursos, por isso defendemos que 10% de tudo que é produzido no país seja investido em Educação, como reivindica a Campanha 10% do PIB para a Educação Pública Já! , e para além disso, que 5% do Orçamento geral do Estado seja destinando à UESPI, pois só assim ela conseguiria reerguer e se consolidar qualitativamente como realmente a instituição que mais forma estudantes no estado do Piauí.
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