"Por uma universidade que caiba nos nossos sonhos". Essa
foi uma das frases pichadas na noite desta segunda feira, nos muros da
Universidade Estadual do Piauí (Uespi), campus Torquato Neto. Durante a
madrugada, ativistas anônimos que conhecem muito bem a realidade da instituição
utilizaram-se da arte urbana para pedir socorro à universidade. As fotos
começaram a circular nas redes sociais na manhã desta terça feira.
Em cada 'UESPI' do desenho original do muro, acrescentou-se uma
hashtag (#) e um "SOS", transformando-o no símbolo que estudantes e
professores carregaram como nome da famosa Campanha #SOSUESPI, desde 2010.
As pichações também lembravam as palavras de ordem ditas nas ruas
em 2011, em momentos de estopim da Campanha, como " Ô Ô Reitor, Deixa de
Lero, Essa não é a UESPI que eu quero". Além disso, os pichadores pediram
Assistência e Democracia, e fizeram um chamado com a frase "A nossa saída
é a luta todo dia".
Intervenções como essas vem nos mostrar que o #SOSUESPI ainda está
vivo na mente de muitas pessoas que ainda sofrem cotidianamente com o descaso
do Governo do Estado com nossa Instituição e acreditam na transformação de
nossa Universidade. Mostram também que reivindicações latentes, como falta de
residência universitária (que afeta tantos estudantes vindos do interior e de
outros estados - principalmente agora com a adesão ao ENEM) e conclusão do
restaurante universitário (que impede o estudante de viver a universidade de
fato) são reais e necessárias.
Os ativistas também usaram o muro da Faculdade privada CET (Centro
de Ensino e Tecnologia), localizada ao lado da UESPI, para dizer que
"Educação não é mercadoria". A faculdade está em construção há quatro
anos, com financiamento de banco público.
Para muitos, a ação pode ser considerada vandalismo. Mas para o
estudante do 6º período de Jornalismo de Picos, Clebson Lustosa, ao ver as
fotos, a reação foi outra. “ O que dizer das ações de vandalismo cometidas pelo
Governo do Estado e Reitoria quando deixaram o telhado da Biblioteca Central do
campus Torquato Neto cair devido a falta de fiscalização das obras? O que dizer
de um Governo do Estado e Reitoria que permitiram que estudantes da UESPI de
Picos estudassem em escolas privadas devido a falta de uma estrutura física
mínima para assistir aula, e , para além disso, permitiram que empresas também privadas
financiassem o término das obras do prédio antigo, e ainda não satisfeitos,
deixaram que eles expusessem suas marcas dentro da instituição pública? Vandalismo
não seria deixar um curso que está prestes a completar onze anos com apenas 5
prateleiras de livros? ”, disse o estudante. Em Picos, também há pichações por
melhorias na Uespi.
O #SOUESPI está vivo, e clama por autonomia financeira para a Estadual do Piauí, porta de entrada para resolução de muitos dos nossos problemas.
* Clique nas imagens para ampliá-las.
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