Organizar em
todo país, greves, paralisações e manifestações de rua. Hoje (24), em
Teresina, haverá novo ato a partir das 15h na Avenida Frei Serafim.
Vivemos um momento muito importante em nosso país.
A juventude brasileira deu o exemplo e foi às ruas protestar contra
o preço e a qualidade do transporte coletivo nas grandes cidades.
Desencadeou com isso um amplo processo de mobilização popular que
sacudiu o Brasil nos últimos dias, em protesto contra todas as
mazelas que tem afligido a vida dos trabalhadores, trabalhadoras e da
juventude.
Todo este processo de mobilização já conquistou
vitórias importantes, como a redução do preço das tarifas em
várias cidades, incluindo as maiores do Brasil, São Paulo e Rio de
Janeiro. No entanto, a luta deve continuar, precisamos transformar
esta vitória na primeira de uma série de muitas outras. Só dessa
forma poderemos transformar para melhor o nosso país e a vida dos
trabalhadores brasileiros.
Para isso é muito importante, além da
participação nas mobilizações que estão acontecendo, que a
classe trabalhadora entre de forma organizada nesta luta,
trazendo suas reivindicações e cobrando dos governos o seu
atendimento. Precisamos cobrar do governo Dilma que ao invés de
ficar fazendo propaganda na TV, atenda as demandas dos trabalhadores.
E a mesma cobrança devemos fazer aos governos estaduais e
municipais, sejam eles do PT, do PSDB ou do PMDB.
São estes governos, do federal aos municipais, os
responsáveis pela situação em que se encontra o país e vida do
nosso povo. Eles tem muita agilidade e disposição política quando
é para atender aos interesses das empreiteiras, dos bancos, das
indústrias e do Agronegócio. Mas quando se trata de atender às
nossas demandas parecem uma lesma paralítica!
Por esta razão a CSP-Conlutas, e as entidades que
compõem o Espaço de Unidade de Ação, decidiram convocar seus
sindicatos, movimentos populares e organizações estudantis, a
organizarem uma dia de lutas em todos o país, no dia 27 de junho. A
orientação é fazer greves, paralisações e manifestações de
rua, aquilo que for mais adequado à situação concreta de cada
categoria, cidade ou região. O que é fundamental é que, por todo o
país hajam manifestações dos trabalhadores cobrando o atendimento
de suas reivindicações.
Acreditamos que esta iniciativa da CSP-Conlutas e
do Espaço de Unidade de Ação deve ser só uma primeira iniciativa,
assim como fez também o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo,
que paralisou fábricas dias atrás para exigir melhoria e redução
do preço do transporte coletivo). A necessidade do momento é
generalizar iniciativas para por nossa classe em luta, organizar uma
greve geral que possa obrigar o governo Dilma, os governos dos
estados e dos municípios a atender as demandas dos trabalhadores e
da juventude.
Para isso é preciso que as centrais sindicais
majoritárias no país se disponham a lutar contra o governo, pois
são eles os responsáveis por toda esta situação e é destes
governos que precisamos cobrar as mudanças e o atendimento das
nossas reivindicações. Só dessa forma seria possível unir nossas
forças para colocarmos a classe trabalhadora na direção de todos
este processo de lutas e fazer dele uma força que mude para melhor o
Brasil. É com essa compreensão que a CSP-Conlutas e as entidades
que compõem o Espaço de Unidade de Ação, ao mesmo tempo que
convocam o Dia Nacional de Lutas para 27 de junho, mantem a discussão
com as demais centrais sindicais, propondo a convocação conjunta de
uma jornada de lutas muito mais ampla, em base a uma pauta que possa
ser comum.
Nossas reivindicações:
- menos recursos para a Copa e para as grandes
obras / mais recursos para a saúde educação / plano de obras para
construir moradias populares, hospitais e escolas /
- redução do preço da tarifa de transporte e
melhoria da qualidade / implantação da tarifa social ou tarifa zero
/ estatização dos transportes coletivos;
- congelamento dos preços dos alimentos e das
tarifas públicas;
- aumento dos salários para compensar a inflação;
- reforma agrária;
- menos
dinheiro
para os bancos e mais recursos para políticas sociais como os 10% do
PIB para a educação pública, já e pagamento do piso nacional dos
educadores / para isso suspender o superávit primário e o pagamento
da dívida externa e interna para bancos e especuladores;
- redução da jornada de trabalho;
- fim do fator previdenciário / recomposição do
valor das aposentadorias / anulação da reforma da previdência de
2003;
- defesa do patrimônio público / contra as
privatizações e os leilões do petróleo / contra o PL 092 que
privatiza o serviço público / revogação da EBSERH que privatiza
os hospitais;
- contra a precarização do trabalho e o PL 4330,
das terceirizações;
- contra a corrupção / contra a PEC 37;
- contra a repressão, a violência policial e a
criminalização das lutas e organizações dos trabalhadores.
Trata-se aqui de uma plataforma base, que pode ser
acrescida de demandas que estejam faltando, ou mesmo ser utilizada de
forma parcial, de modo a focar nas questões concretas de cada
categoria ou setor social.
Organização das lutas
Por outro lado, é preciso organizar a luta em
cada estado e região. É muito importante que as entidades busquem
construir, a exemplo do que vem sendo feito do Rio Grande do Sul e em
Minas Gerais, uma coordenação (coordenação, comitê, assembleia, a
forma não importa, importa o conteúdo) para as lutas que estão em
curso, envolvendo todas as entidades e organizações que queiram
lutar. A disposição de luta é fundamental, mas sem organização
não iremos longe.
São Paulo, 21 de junho de 2013
CSP-Conlutas – Central Sindical e
Popular
Espaço de Unidade de Ação