segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Estudo avalia viabilidade de autonomia financeira da Uespi (#SemanadeMobilização)

O estudo sobre a viabilidade de autonomia financeira da Uespi foi realizado pelos professores Tiago Carvalho, Hermes Castelo Branco e Francisco Soares, apresentado na Semana de Mobilização promovida pela Associação dos Docentes da Uespi – ADCESP.


Os dados do estudo são oficiais, ano a ano, a Uespi tem em média, 75% destinado do seu orçamento destinado a folha de pagamento, 20% para custeio, 5% para investimento. Contudo, na execução financeira, esses valores são alterados.

Embasamento legal e autonomia de universidades estaduais

Artigos 227 da CF e 228 da CE:

“As universidades gozam de autonomia didático – científica e administrativa, incluída gestão financeira e patrimonial, observando o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.

“A folha de pagamento é cumprida praticamente na íntegra porque o Estado não pode deixar de pagar, mas há uma redução nos valores com o custeio da máquina da Uespi  e o orçamento para investimento ano a ano, vem sendo drasticamente reduzido”, explicou o professor Hermes.

Segundo os professores, foi isso que levou a Uespi à situação em que esta hoje.

“Se a Uespi não executa a parte de investimentos na infraestrutura (muitas vezes a culpa não é da universidade), ao longo dos anos o reflexo é a falta equipamentos nos laboratórios, prédios novos, estrutura ameaçada. Grande parte dos problemas que a universidade passa hoje decorrem desse corte do orçamento destinado a infraestrutura”, explicou.


Conclusão do Estudo:

O modelo legal que melhor se aplica a Uespi é o modelo das IEES do Estado de São Paulo, que se baseia em repasse por duodécimos baseado na quota-parte do Estado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.

A implantação da autonomia com base no percentual de 8,5% da quota-parte do Estado do ICMS não traz, a priori, qualquer tipo de dano às finanças do Estado sob o ponto de vista orçamentário. O orçamento da Uespi corresponde, coincidentemente, a este percentual deste Receita.

“Precisamos de uma administração superior que assuma a responsabilidade e vá atrás desse processo de mudança. Mas antes disso, precisamos recuperar o que a Uespi perdeu, a autonomia administrativa, depois disso, vamos atrás da plena autonomia”, explicou

O estudo foi solicitado e apresentado ano passado para a administração superior da Universidade, mas nada ainda foi feito com base no que foi apresentado.

“Até o momento não soubemos os encaminhamentos que foram tomados, se a universidade vai realizar outro plano, se pretende apresentar ao governo, nós não tivemos retorno sobre o que foi decidido”, concluiu.

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