No
dia 23/03, em assembleia geral convocada pela Adcesp, a categoria
docente da Uespi discutiu sobre a conjuntura política do país, deu
início ao debate sobre a campanha salarial 2016, e tratou da não
implantação de mudanças de nível, de classe e regime de trabalho, dentre
outros pontos.
Uma
das deliberações foi ratificar a participação da categoria docente da
Uespi no ato nacional do dia 1º de abril convocado pelo Espaço de
Unidade e Ação (onde participam nosso sindicato nacional - Andes SN e
nossa central sindical - CSP Conlutas), contra as mentiras dos governos e
em defesa de direitos (ver, abaixo, nota da Diretoria do Andes sobre a crise
política). No Piauí, o ato será às 9h, na Praça Rio Branco, centro de
Teresina.Portanto, temos muitos e muitos motivos para irmos às ruas contra todos estes governos que atacam nossos direitos, jogando a conta da crise econômica sobre os ombros da classe trabalhadora.
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Diretoria do ANDES-SN divulga nota sobre crise política
A
diretoria do ANDES-SN divulgou, nesta segunda-feira (21), uma nota
sobre a crise política vivida no Brasil. Na nota, a diretoria relembra a
atuação do Sindicato Nacional contra a ditadura empresarial-militar,
avalia a situação de crise econômica e política vivida no país, e a
reafirma sua posição autônoma a governos e a partidos políticos.
Paulo
Rizzo, presidente do ANDES-SN, explica o posicionamento da diretoria do
Sindicato Nacional. “Realizamos uma análise da crise política,
considerando ela como expressão da crise econômica. E é esse modelo
econômico que nos impede de viver em uma democracia plena. Nós mantemos a
linha de autonomia frente a governos, criticamos os ataques que tanto
governo federal quanto oposição de direita fazem aos trabalhadores, e
reafirmamos que a alternativa à crise se forjará nas lutas e nas ruas”,
diz Rizzo.
Confira abaixo a nota da diretoria do ANDES-SN.
Manifestação da Diretoria do ANDES-SN frente à crise política
O
ANDES-SN tem sua própria existência ligada às lutas democráticas.
Surgiu no bojo das lutas contra a ditadura empresarial-militar, marcadas
por, entre outras ações, um processo de rompimento com a estrutura
sindical herdada do Estado Novo, que o sindicato nacional expressa com
radicalidade até os dias atuais. Participou ativamente da luta pela
anistia, do movimento pelas diretas, da Constituinte, da autonomia e da
democracia universitárias, sempre mantendo a autonomia do sindicato,
negando-se, por exemplo, a apoiar o Colégio Eleitoral, que escolheu
Tancredo Neves para a presidência da república. Esteve nas ruas pelo
impeachment de Collor de Mello, tem lutado contra os legados da
ditadura, como a exigência da desmilitarização das polícias dos estados,
e contra a crescente criminalização dos movimentos sociais. Para o
ANDES-SN, a luta em defesa da democracia tem sido uma constante, porque
não existe plenitude democrática no país. A experiência histórica mostra
que a democracia é violada sempre, e, exclusivamente, para assegurar
interesses contrários aos das grandes maiorias e numa sociedade de
classes, portanto, ela não tem como ser plena, sobretudo em período
histórico no qual o domínio econômico é exercido por oligopólios.
A
crise política que marca o momento brasileiro é filha direta da crise
econômica, que tem como um de seus efeitos materiais mais expressivos a
queda dos lucros, o que leva os poderosos, dos capitais nacionais e
internacionais, a declararem guerra às parcas conquistas materiais e
políticas da classe trabalhadora e a disputarem duramente o recurso
público, por meio de medidas reducionistas da carga tributária e de
ampliação dos subsídios públicos às empresas privadas, das privatizações
e assegurando-se inviolabilidade do crescente endividamento do Estado e
do pagamento de juros.
Os
episódios que se desencadearam a partir do processo de delação premiada
do Senador Delcídio do Amaral expressam o agravamento de uma espécie de
terceiro turno, que teve início logo após o término do segundo turno em
novembro de 2014 e que se arrasta sem definição até o momento, em que
pese a polarização das manifestações da última semana, as batalhas
judiciais e a manipulação midiática dos processos jurídicos e políticos.
As manipulações midiáticas, resultado dos grandes monopólios, deve ser
enfrentada e, por isso, é importante continuar na luta pela
democratização dos meios de comunicação e contra a apropriação dos meios
de comunicação por monopólios. Não pode haver democracia plena, se hoje
os veículos de comunicação são instrumentos de desestabilização, a
serviço do imperialismo norte-americano.
Este
“terceiro turno” ocorre em função do agravamento da crise econômica
que, entre suas consequências, levou à falência o modelo de conciliação
de classes, adotado pelos governos do PT, que buscava beneficiar os
ricos e os pobres simultaneamente, e levou a burguesia a decidir pelo
rompimento com o governo do PT. Ela age hoje forçando o impeachment ou a
renúncia negociada de Dilma e, ao mesmo tempo, a inviabilização, por
meio judicial, de possível candidatura de Lula em 2018 e é em torno
desses embates que buscam se apresentar as alternativas políticas.
Em
nota, a CSP CONLUTAS, nossa Central, afirma que “a saída proposta pela
oposição de direita, que defende o impeachment, significa tirar Dilma e
entregar o poder a Michel Temer ou ao presidente da Câmara, também
envolvido em escândalos de corrupção, o Eduardo Cunha”. Por outro lado,
“os governistas defendem a permanência do governo responsável pelos
brutais ataques que nosso povo vem sofrendo e que, em meio ao
agravamento da crise, sinaliza ainda mais para os grandes empresários o
seu compromisso com o grande capital e contra a classe trabalhadora”. A
aprovação da Lei Antiterrorismo, sancionada pela presidente, representa
um atentado contra a democracia, com o objetivo de impedir as
manifestações públicas contra a retirada dos direitos dos trabalhadores e
reitera o compromisso do governo com a burguesia.
Mais
uma vez, o PT chama à conciliação de classe àqueles que foram duramente
atacados em seus direitos: a classe trabalhadora e os movimentos
sociais e populares. É importante reafirmar que não temos ilusão e nem
apoio a Dilma-Lula, pois continuam e continuarão a aplicar as mesmas
políticas a favor do capital e contra a classe trabalhadora. Em 2016, já
iniciamos com cortes no orçamento, medida adotada pelo governo federal
para garantir o superávit primário, atingindo diretamente o serviço
público e programas sociais. Novamente, o governo escolhe cortar
direitos sociais como saída para a crise econômica, mantendo intacta a
dívida pública, que consome quase metade do orçamento, além de anunciar a
contrarreforma da previdência e outras medidas que retiram mais
direitos sociais como formas de combater a crise. Em que pese que a
estratégia de conciliação de classes volte-se contra o próprio PT, o
governo a mantém como estratégia única da governabilidade.
O
35º Congresso do ANDES-SN (Curitiba/PR, 25 a 30 de janeiro de 2016)
analisou a conjuntura política e se posicionou, uma vez mais,
resguardando a autonomia do sindicato frente ao governo, aos patrões e
aos partidos políticos e definiu que a centralidade da luta do
sindicato, neste período, compreende o seguinte: “Defesa do caráter
público, democrático, gratuito, laico e de qualidade da educação, da
valorização do trabalho docente, dos serviços públicos e dos direitos
dos trabalhadores com a intensificação do trabalho de base e
fortalecimento da unidade classista com os movimentos sindical,
estudantil e popular na construção do projeto da classe trabalhadora”.
O
significado deste posicionamento, para além da manutenção da autonomia
do sindicato, é o de apontar, para o conjunto das organizações da
classe, a retomada da construção do projeto da classe trabalhadora, a
partir do processo real de lutas em torno das reivindicações, contra a
retirada de direitos, contra a criminalização dos movimentos sociais.
Como
forma de resistência, e de acordo com a centralidade da luta aprovada
no 35º Congresso do ANDES-SN, conclamamos a luta unificada. O momento
exige centrar forças em construir toda a resistência em unidade com
todos os trabalhadores e movimentos sociais por fora da falsa
polarização alicerçada, entre o governo e os setores que o apoaiam, e da
tradicional direita. A saída à crise está por ser construída. Isso se
dará no bojo da luta real dos trabalhadores, da juventude e do povo
pobre, e requer unidade e certamente a construção de uma greve geral em
nosso país, que barre os ataques dos governos e dos patrões e os efeitos
da crise contra a classe trabalhadora. Afirma-se, nesta direção o
calendário de lutas chamado pelo Espaço Unidade de Ação, que propõe a
realização, em 1º de abril, de um dia nacional de lutas contra as
mentiras do governo Dilma, do PSDB, PMDB e dos patrões, que deve ser um
passo na construção da unidade da classe.
Fonte: ANDES-SN
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